30 de jun. de 2007

conto iii

não sabia mais a quanto tempo estava sentada ali, não usava relógios nem em si, e nem nas paredes do seu quarto meio sala e cozinha. olhava-se no espelho de sua penteadeira. as vezes fazia isso: passava horas sentada se olhando do espelho e pensando nela mesma, mudava sua imagem sempre!
era sábado de noite e estava companhada dela mesma. tranquilamente abriu a gaveta e pegou batons e pós. adorava seus cheiros, gosto e textura, era um transe se maquiar e assim arriscou ser outra.
levantou, mudou de roupa e colocou um salto bem alto. antes de sair de casa pegou uma corda e mordaça e colocou na bolsa. teria um encontro.
"ouve-se a porta bater"

18 de jun. de 2007

conto ii

ele não tinha o costume de sair sozinho. as vezes passeava por jardins em sepulcral silencio, mas só as vezes. era agora um peso sobre a cadeira e a mesa equilibrava seu copo com cerveja. "ouve-se o estalar de copos". ele toma um gole, olha em volta. ninguém, absolutamente ninguém conhecido, ou q ele se lembrasse de um dia ter conhecido alguém daquele lugar. e deixou-se no fluxo q é observar pessoas em fluxo. até q percebeu andando entre as perdas das pessoas uma estranha criatura q entrelaçou-se nas pernas de uma mulher q vinha em sua direção e parou.
-trouxe o q me pediu, senhor.
-oq? não pedi nada. ou pedi? sei lá. o q vc tem ai?
e a mulher lhe entregou o cardápio e ficou esperando e ele tentado ver a criatura entre suas pernas. mas já não estava mais lá. talvez de baixo da mesa. olhou o cardápio e leu: "bebida cósmica"
-Bebida Cósmica!
-Ok, senhor. ja trarei!
ele aproveitou q a mulher saiu e olhou de baixo da mesa, mas só encontrou um bilhete. pegou quando a mulher se aproximou com uma taça com uma bebida muito etéria era como se a taça estivesse vazia, ou cheia de ar. um ar q se bebe. e bebeu.
"ouve-se papel sendo desdobrado"
era agora uma leveza flutuante sobre a cadeira e a mesa agora tb equilibrava um bilhete aberto alem do copo com cerveja. ele leu: "vc tb faz parte dessa trama confusa q é a vida".
o estomago reagiu fortemente com o algo lido. correu na direção onde a placa banheiro indicava. iria vomitar asteróides.

9 de jun. de 2007

conto

"ouve-se a descarga". ele saiu de uma das cabines batendo a porta com violência e indo até o espelho. Ao se olhar dentro dos olhos viu outro, não a si. Abriu a torneira e enfiou a cabeça de baixo.
neste momento um homem, carregando uma mala deviajem, entrou andando com dificuldades. quem olhasse, poderia perceber q deixava um rastro vermelho (sangue), porem não emitia som algum e descretamente ocupou uma das cabines e lá, como q protegido dos olhos do mundo chorou sua dor.
apos desligar a torneira, levantou evitando se encarar no olhos. confuso andou para o fundo e sentou-se encontando-se na parede. de lá poderia ver a porta. uma luz envelhecida vinham de suas gretas. descobriu q abaixo da pia havia alguns ratos q roim pinhas e baterias de celular. seus dentes eram maiores do q o normal, e seus olhos vernelhos os olhava com inteligência. decidiu-se procurar algum pedaço de pau.
o homem, diminuiu seu choro lentamente até cessar por completo. "ouve-se o rolo do papel girar e o assoar de nariz." a porta da cabine se abre, o homem sai. abre sua mala e de la tira uma baquinho de armar. senta e de sua mala tira o material para realizar novamente a cirurgia. ja tinha capiturado o pombo branco e arrancado suas asas, agora implantaria elas no seu outro tornolo.
ao brir uma das cabines, a procura de algum porrete, encontrou lá, amarrada e amordaçada um dama. com uma aparência muito maltratada por tentativas de melhora-la com os diversos pós, lápis, e batons. apesar dessa mascara toda ele a achou bela. decidiu-se contemplá-la alí, daquele jeito: imóvel, impotente, vulnerável. mas três ratos invadiram a cabine e começaram a roer as cordas q prende a bela moça q rascunha tantas outras moças sobre tua face.
terminado o implante no outro tornoze-lo, o homem juntou seu material ensanguentado e foi a pia lavar e pelo espelho viu saindo de dentro de uma cabine um casal... a moça q agora livre para se mover parecia mais bela apesar das marcas roxas de sua pele q iam aparecendo a media q ela tirava suas roupas, e ele não ousou tirar suas cauças e casaco.
-tire sua roupa. vamos celebrar a liberdade. se vc queser pode me possuir - dizia a moça
Ele olhava para ela e não reconhecia qual rosto lhe pertencia... eram tantas. Ela dançava nua e ele cercado de ratos furiosos.
vendo pelo espelho, o homem de tornozelos alados chorou discretamente. lavou o rosto e de sua mala tirou tudo necessário para montar a mesa do jantar.

escritor de livros vazios

Dylan Norf, queria ser muito escritor, pois acha os escritores capazes de esternar o q os sufoca. Mas sua história com as palavras não tem episódios muito felizes, palavras são crués e difíceis de manipular e dar forma, e por isso muitas vezes se conforma com silêncios.
Algumas vezes vestiu sua melhor expressão, sentou-se no trono dos saberes e empunhou o instrumento realizador de letras e travou a batalha! Sua alma (q não é alma de escritor) se afoba na tentativa de se aliviar pela oportunidade criada, sua racionalidade cai como tola na armadilha linguística e o q sempre sai são comfissões camufladas por uma angustia infundada.