30 de mar. de 2009

parte de mim


25 de mar. de 2009

tédio

...
um dia
...
suficiente 24 horas
...
horas cheias de vazio
...
barra mansa sem sentido
...
suficiente dia de barra mansa vazia cheia de saudade

18 de mar. de 2009

na janela

uma bela notícia anima meu coração!

16 de mar. de 2009

solidão venha me fazer feliz

pra que o sim e o não?
pra que palavras?
me mostre a verdade com suas mãos.
me mostre aí dentro pelo outro de fora...
traga para nosso espaço a ferpa
fere com verdade em ferpas com a presença de fora
posso decretar o fim de um belo começo?
posso de novo me recolher para aquele lugar seguro, porém frio?
o tempo, o casulo a casca, o escudo e a máscara
fecha o peito q dele brotam manchas vermelhas
q tingem o branco de criança pura
lágrima... não cai.
esperança desesperada reage violentamente ao fechar das portas
que teimam em ficar abertas para o ultimo olhar
para a unica palavra
para um já foi e nunca mais
como pode meu Deus
quando nasci um anjo solitário me disse:
a solidão lhe pertence
ela é a sua unica e fiel companheira
aprenda a ama-la e seja feliz!

15 de mar. de 2009

outro trecho de caio - de "o dia de ontem"

"então eu te disse que me doíam essas esperas, esses chamdos que não vinham e quando vinham sempre e nunca traziam nem palavras e às vezes nem a pessoa exatas. e que eu me recriminava por estar sempre esperando que nada fosse como eu esperava, ainda que soubesse. disseste de repente que precisavas ter os pés na terra, porque se começasses a voar como eu todas as coisas estariam perdidas. a droga corria em meus adentros abrindo sete portas entorpecendo o corpo e fazendo cintilar a mancha escura no centro de minha testa. mas eu te ouvia dizer que sabias ser necessário optar entre mim e le, e que optarias por ele por comodidade, para não te mexeres daquele canto um pouco escuro e um pouco estreito, mas teu - e que optarias por ficar comigo porque a minha loucura te encantaria e te distrairia, embora precisasses te agitar e negar e ouvir e sobretudo compreender novamente tudo todos os dias. e disseste que optavas por mim. eu ja sabia. por isso não tesisso que comigo seria mais difícil do que com ele. porque sabias também que todos os de-repentes eu estaria abrindo as asas sobre um desconhecido talvez intangível para ti. não dissemos, mas concordamos no silêncio cheio de livros e jornais entre nossas duas camas, que querias a salvação e eu a perdição - ainda que nos salvássemos e nos perdêssemos por qualquer coisa que certamente não valeria a pena. nem era preciso dizer que não era preciso dizer: eu era o teu ado esquerdo e tu eras meu lado direito:nos encontravamos todas as noites no espaço exíguo do nosso quarto.

12 de mar. de 2009

trecho de "Para uma avenca partindo" de Caio Fernando Abreu

vc cresceu em mim dum jeito completamente insuspeitado, assim como se vc fosse uma semente e eu plantasse vc esperando ver nascer uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de vc apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado pra que vc crescesse livremente, vc não cresceria se eu te mantivesse preso num pequeno vaso, eu compreendi a tempo que vc precisava de muito espaço...