breve caminhada

começa a ficar inquieto de tanta poesia nas suas veias
começa a ter vontade de gritar, deixar de ser humano, criar asas...
anda na rua e imagina o degrau da calçada bem mais alto do que é...
imagina um dia chuvoso cheio de poças q refletem os arranha-céus das grandes cidades e assim pisa uma a uma numa dança meio q delirante.
imagina passar de frente a uma igreja com seus sinos badalando
e o vento muito forte sacodindo as arvores fazendo chover aos montes as folhas secas em plena primavera
fecha os olhos e ouve o canto daquelas mulheres nuas
abre os olhos vê as luzes dos postes mais iluminadas
senta em praças
atravessa em faixas
e sobre pontes
ele ainda é real
mesmo escorrendo de seus ouvidos a poesia fundamental
ahhh (suspiro)
as estrelas
a lua
os astros
os sons q vem das matas
o mar de quem se afoga
a dor q deixa tudo mais belo e profundo